Nesta última sexta-feira, dia 18 de setembro de 2009, foi publicada uma matéria na Gazeta do Povo intitulada "No alvo, a mulher", relatando que em média 3 mulheres são assassinadas por semana em Curitiba e região e alertando o aumento de crimes em que as vítimas são mulheres. Inicialmente é importante lembrar que há uma reivindicação do movimento feministas de destacar as mortes de mulheres pelo termo 'femicídio', indicando a especificidade de gênero contida nos crimes contra mulheres.
Após a leitura desta matéria pensamos: "qual a relação entre os assassinatos, a clandestinidade do aborto e os altos índices ainda existentes de mortalidade materna, além de outras causas de morte especificamente femininas"?
Após a leitura desta matéria pensamos: "qual a relação entre os assassinatos, a clandestinidade do aborto e os altos índices ainda existentes de mortalidade materna, além de outras causas de morte especificamente femininas"?
Mulheres estão morrendo, basicamente, por fatores tais como: violência doméstica, falta de assistência ao parto e atenção pré-natal e complicações por abortamento inseguro, além de crimes de ódio, como lesbofobia e violência sexual. Os índices relativos à saúde feminina não são otimistas e nos mostram que as dificuldades enfrentadas por mulheres no acesso à essa derivam das políticas sexistas que historicamente as definem como propriedade dos homens e os impactos reais da desigualdade de gênero e das idéias culturais da sua inferioridade.
As mortes e outras formas de exposição não são casuais, e sim estão integradas como uma política sexual que, com recursos ideológicos, materiais, psicológicos e culturais, procura manter mulheres numa posição subordinada, de forma a melhor explorar e dispôr de seus recursos (reprodução, cuidados, trabalho doméstico). A violência masculina e sua educação para 'serem homens' (viris, bélicos) vem como mecanismo para fazer com que cada um deles se encarregue por manter esse regime - o regime Patriarcal - assim como as mortes de aborto e lesbofobia também representam uma 'punição' às mulheres que transgridem a condição de gênero e social que lhes é imputada. Pode-se dizer que funcionam até mesmo como uma ameaça: não ousem ir muito longe.
Podemos concluir que o Patriarcado está exterminando as mulheres, uma vez que a morte é o ponto culminante do controle quando os demais mecanismos a manter um grupo subjugado falharam. E este extermínio está sendo legitimado por lei - criminalização do aborto que faz com que milhares de mulheres se submetam a procedimentos em condições precárias-, pela falta de assistência básica a sáude da mulher, ou em decorrência da impunidade com que são tratados os agressores, que é resultante da própria desigualdade de poder entre os gêneros, submetendo a população feminina a uma maior vulnerabilidade e limitando a tutela de direitos a vida, bem como a falta de autonomia no processo jurídico.
Procurar viver como se deseja, seguir seus projetos e ter integridade física e mental acaba por representar uma batalha individual para muitas de nós, mas o Movimento Feminista nos mostra a importância de fazer essa luta em conjunto e reconhecer politicamente os problemas que nos atingem. Afinal, 'O Pessoal é Político'!
texto realizado coletivamente pelo CAF.
Leia a matéria na íntegra no site:http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=925373&tit=No-alvo-a-mulher
outras fontes:
-aborto terceira maior causa de mortes
-Os elevados índices de mortalidade materna no Brasil:
razões para sua permanência
-Os elevados índices de mortalidade materna no Brasil:
razões para sua permanência
e outros
Quer dizer que uma irresponsável tem uma relação sexual sem tomar as devidas precauções contra gravidez, vai para uma clínica clandestina e morre e a culpa é do "patricarcado"?Está sendo vítima de massacre pelo "patriarcado"?Quanto delírio!Esquecem que na visão de quem é contra o aborto o mesmo é visto como um assassinato, um atentado contra a vida, e não uma forma de perseguir e punir as mulheres.
ResponderExcluirO texto simplemente diz que se você acha o aborto algo errado, você está querendo que as mulheres morram.Não há nenhuma preocupação da sua parte com a vida da criança por nascer.
Mas isso é comum no feminismo.Discorde de algo que o feminismo prega e será visto como alguém que quer aniquilar o sexo feminino.Tudo é visto como perseguição extrema.É uma mistura de chororô com delírios esquizofrênicos.