domingo, 29 de maio de 2011
Recesso da CAF
Nós do coletivo de ação feminista queremos avisar através desse comunicado que o grupo estará em recesso nos próximos meses sem data definida para retorno das reuniões e dos demais projetos.
Todas as meninxs que vinham às reuniões presenciais do coletivo, ainda que não tenham sentado para conversar especificamente sobre isso, foram direcionando suas forças e atenções para fora do grupo, tal movimento por parte dxs integrantes foi acontecendo até que restaram poucxs e essxs resolveram, de comum acordo, seguir outros rumos, viajar, dar mais atenção a seus estudos ou mesmo direcionar suas forças para outros espaços de resistência e consciência.
A lista de discussão, o perfil e comunidade no Orkut, além do blog da CAF continuam abertos para troca de idéias, links e afins.
Que “ação feminista” seja mais que um grupo para todxs!
sábado, 9 de abril de 2011
Escracho Público contra Agressor - Carta de Solidariedade do Coletivo AlíSomosTodas
Muitas opiniões surgiram quanto ao ocorrido no ato. Muitas pessoas e grupos aprovaram a ação e muitos foram contra. Os que são a favor acreditam que essa é uma maneira de auto-defesa e de trazer à público essa questão da violência contra a mulher que também acontece dentro de organizações de esquerda. Os que são contra dizem que foi vingança pessoal, que isso deveria ser resolvido dentro do MPL SP, e que essa atitude somente dissemina a violência, já que ela é violenta da mesma forma.
O que acontece agora, de um modo geral, é que ninguém mais fala da agressão, do sofrimento da mulher, dos traumas que lhe foram impostos, mas sim da ação em si e dos traumas sofridos pelo homem agressor por conta da humilhação pública.
1: Os gêneros das palavras, quando expressavam uma escolha política, foram mantidos na tradução para o português.
2: Trata-se do Movimento Passe Livre de São Paulo (MPL-SP), grupo que não guarda qualquer interdependência com os MPLs de outros lugares, comportando-se, da mesma forma que qualquer outro coletivo do MPL, de forma autônoma e independente aos demais.
3: idem
quarta-feira, 6 de abril de 2011
"Escracho Público ao Machista Agressor". Ato de Feministas contra o Aumento
Por um mundo sem catracas e sem violência machista!
Estamos aqui hoje para falar de um assunto que tem nos afetado muito nesses meses de luta contra o aumento: a presença de um agressor de mulheres no centro das mobilizações.
Há cerca de 6 meses um dos militantes do movimento passe livre de São Paulo ameaçou de morte, perseguiu, constrangeu, agrediu verbalmente, insultou e limitou o espaço físico de uma companheira de movimentos sociais autônomos. Esse agressor tem que ser chamado pelo nome: ele se chama Xavier (Rafael Pacchiega).
Fazemos essa denúncia porque esse agressor continua frequentando os mesmos espaços políticos como se não houvesse acontecido nada ou como se aquilo que aconteceu não tivesse relevância política nenhuma. Que as agressões cometidas contra as mulheres sejam vistas como algo de pouca importância infelizmente não nos surpreende. Os movimentos sociais têm muita dificuldade de enfrentar coletivamente e publicamente as violências machistas que acontecem em seu meio. É estranho ver como as bocas daqueles que defendem todo o tempo que tudo é coletivo ou que assim deveria ser, ficam caladas nesse momento por um bizarro pudor. Insistem em tratar essas questões como algo menor diante das "lutas prioritárias" ou como algo pessoal que deve ser resolvido no âmbito privado. Privado nem pensar! As relações pessoais entre homens e mulheres são encarnações concretas do heteropatriarcado, uma estrutura historicamente desigual de opressão que é anterior à existência das catracas e do próprio capitalismo.
Um exemplo banal (ou nada banal) daquilo que estamos falando: por que se indignar diante de uma brutal repressão da polícia, mas silenciar e consequentemente acobertar a violência exercida contra as mulheres? A integridade dos corpos das mulheres não importam? Os corpos das mulheres têm menos valor que os outros? Ou só importam quando estão aglutinados na massa das lutas prioritárias e são invisibilizados na sua condição específica de mulheres?
Alguns podem pensar e dizer que nossa ação desvia a atenção do foco principal do movimento para coisas menos importantes, enfraquecendo a luta, que somos exageradamente radicais, que estamos "demonizando" alguém que cometeu um equívoco… Alguém vai chegar a dizer que somos loucas, histéricas e inclusive agressivas. A denúncia que estamos fazendo nesse momento é parte da reação ao abuso cometido e se constitui como uma ação direta de autodefesa feminista. Queremos denunciar a existência desse tipo de abuso e garantir que os movimentos sociais não sejam espaços de agressão, medo e opressão a nós mulheres e sim espaços de troca, de estabelecimento de relações de confiança, solidariedade e empoderamento de todas e todos nós. E isso deve ser uma tarefa assumida coletivamente. Entretanto, repetidas vezes, esses movimentos que se colocam como antagonistas de todas as opressões, se voltam contra aquel*s que denunciam a violência sem enfrentar efetivamente a discussão.
Não somos as primeiras e nem seremos as últimas a sermos violadas, agredidas, ameaçadas, silenciadas e invisibilizadas por militantes dos movimentos sociais. Mas também não somos as primeiras e não seremos as últimas a denunciar publicamente o acontecido. Estamos fartas de dividir espaços com misóginos que gostam de perseguir repetidamente as mulheres e depois livrar a cara dizendo que estavam surtados, com a ajuda cúmplice daquel*s que o defendem.
Nenhuma agressão ficará sem resposta.
http://www.youtube.com/watch?v=zvqBxEFJMy0&feature=related